sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008


Eu tenho idéias brilhantes em quartos escuros.

Minhas férias de verão acabaram a dois meses mais ou menos.
Eu estava tão cansada de pessoas que choram enquanto tentam aguentar firme.
Por que chorar é tudo sobre se desarmar.
Por isso que eu nunca dormia.
Por que o sol nascendo havia sido a única coisa real.
Então eu dirigi a noite toda, até a California, de volta agora, só para um abraço forte.
E passei a noite toda escrevendo, coisas que provavelmente nunca veriam a luz do dia, mas que fizeram eu me sentir real de novo.

E tem aquele filme do Woody Allen onde ele diz que ama tanto ela, que "i love you" não é o suficiente.
Então ele fala "i lorve you", como se precisasse de mais consoantes para dar o atrito que "love" - liso e leve - não tem.
Como se o erre fosse aquela palpitação no meio do peito.
Mas um milhão de erres não conseguiriam expressar essa agonia deliciosa que é amar. Por que amar, na verdade, é tudo sobre ter como maior desejo passar a noite só olhando você respirar.
Por que é o som mais alto de todos; o amor não dito.
É aquele brilho característico.
É poesia escrita.
E aí ele pode falar "me passe o sal" ou "a raíz quadrada de 49 é 7".
Na verdade, tudo aquilo é uma coisa só: eu te amo.

E eu ainda penso agora;
se as minhas palavras ainda te fizerem virar do avesso
eu vou estar esperando no último quarto do corredor
então eu vou deitar a minha cabeça e ter sonhos geniais.

Sonhos febris.

São loucos. Yuck.